segunda-feira, 29 de junho de 2009

O NAMORO DO ESTUDANTE DE LETRAS

O estudante de letras não se importa com o significante, a imagem acústica, do pretendente. O que realmente precisa ser analisado morfologicamente é o conteúdo nocional ou semântico.

Por exemplo, no caso de homonímia gramatical (gemelar) , não pense-se que é indiferente o vocábulo a ser escolhido, pois eles fazem referência a diferentes sentimentos do universo extra verbal.

Ao escolher o vocábulo mórfico, deve-se levar também em consideração a natureza da frase. Será que ele é flexionável ? Ou é invariável ? A flexão é importantíssima para expressar diferentes categorias gramaticais.

Passado o primeiro estágio- a escolha do vocábulo mórfico - é hora de observar mais atentamente seu comportamento sintático. Pode-se optar por um estudo imanente, ou pela literatura comparada. Seja como for, é vital perceber as nuances da intertextualidade.

Se você se preocupa com a sua relação com a família semântica da palavra escolhida, não se desespere: talvez já tenha ocorrido a morte do autor. De qualquer forma, porém, situe-se no intervalo da literatura e faça uma leitura do que não é literatura com base no seu conhecimento do mundo.

O estudante de letras, depois de segmentar e comutar, verificará se o vocábulo faz mesmo parte de seu acervo qual falante. Por fim, o uso determinará se aquele vocábulo novo será absorvido ou descartado.

Caso seja absorvido é hora de analisar a estrutura profunda, antes de pôr o anel no dedo, ou melhor, o vocábulo no texto e mandar publicá-lo.


Autor: Leandro dos Santos Dias

Nenhum comentário:

Postar um comentário